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Coluna da Kali: “Verossimilhança?”

Quando eu escrevo penso no meu leitor e de que forma o meu texto pode impactá-lo. Pura mentira. Não tenho essa preocupação. Escrevo na tentativa de expurgar dores, anseios, alegrias insuportáveis, dúvidas profundas…

Se o leitor recebe bem o texto, ou seja, se ele se identifica com a mensagem, emociona-se. Quando o leitor se reconhece na personagem do texto, uma coisa mágica acontece: a verossimilhança. A verossimilhança é o que confere verdade ao texto, é o que atesta ao leitor: isso é verdade, eu reconheço aqui elementos da vida real.

Mas vamos lá: se eu te conto tudo que está acontecendo hoje ao nosso redor, você diria que existe verossimilhança? Um padre atropelou um homem, Anjinho, e esse homem morreu; um andarilho entrou numa casa,  numa cidade  tranquila como Santa Cruz, vestiu o pijama que estava no armário, limpinho, e ficou assistindo à televisão…até que foi surpreendido pela chegada do dono da casa!

Se transportarmos o texto para fora, a coisa cresce vertiginosamente: uma ursa e seu filhote tomam banho de piscina numa casa na Califórnia; um homem é preso por manter a família em cárcere privado por dezessete anos…

Não conheço essas pessoas, nada posso dizer a respeito delas, nenhum julgamento está sendo proposto aqui. A minha questão é essa: quão surpreendente pode ser a vida. Tão surpreendente que a literatura não dá conta, não tem correspondência com o compromisso do escritor junto daquilo que ele mais busca: a verossimilhança.

Então, talvez, fosse melhor começar esta crônica assim:

Era uma vez…

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COMENTÁRIOS:

J
Jean
Sensacional! “ Era uma vez….”

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