É comum vermos empresários, que ao iniciar a empresa e o dinheiro começa a rodar, ele utilizar esse dinheiro para finalidades pessoais. Compra de carro novo, casa nova, viagens constantes e mais. Mal sabe ele que está matando o negócio ao retirar o dinheiro que a empresa começa a apresentar.
Quando se abre uma empresa, o empreendedor é um investidor, e como em todo investimento o dinheiro deve ficar sendo trabalhado para que com o tempo possa se ter resultados das entradas e saídas, onde as margens inseridas sobre o que se vende começam a melhorar cada dia mais, o acumulo de renda e assim a capacidade de desenvolvimento e crescimento da empresa.
Imagine, você coloca R$1,00 na empresa, com certo tempo passa a ter R$2,00. Você trabalha esses R$2,00 e pela lógica a tendência é virar R$4,00 e assim sucessivamente. Mas quando o empresário vê esse giro, ao entrar R$2,00 ele retira um para si e deixa novamente só R$1,00 para a empresa trabalhar. Tudo bem, a empresa com o tempo retorna outra vez R$2,00 e outa vez ele tira R$1,00 e mantém só R$ 1,00 de novo na empresa. Certamente essa empresa está fadada a nunca crescer, e quebrar.
“Mas se ele não quer crescer?”
Tudo bem não querer crescer, mas mesmo assim o dinheiro trabalhado pela empresa deve permanecer nela pois os móveis envelhecem, as máquinas também, são necessárias reformas, as indenizações para dispensa de funcionários se necessário, o acumulo para os pagamentos de benefícios de fim do ano, e ainda, dinheiro em caixa é extremamente necessário para suportar tempos de crise – vimos aí a pandemia.
Quando as retiradas são constantes, a empresa nunca terá folego para melhorar, ou mesmo se manter nas adversidades, além ainda de que se essa empresa quebrar, a má administração financeira pode resultar em processos também na esfera pessoal contra o empresário, afinal não cumpriu corretamente suas responsabilidades de gestão.
O empresário deve ter um salário mensal, caso trabalhe na empresa, e esse salário deve entrar nas previsões e custos juntos com os demais, pois assim a empresa consegue programar metas, identificar seu giro e adaptar as compras para que não fique sem dinheiro na data de pagamento das mesmas, além de outras estratégias que podem ser definidas quando se conhece todos os custos / saídas.
As retiradas além de seu salário, os lucros, podem ocorrer em períodos pré determinados, os mesmos em muitas vezes na mesmas datas de fechamento de período contábil – a famosa época de balanço, onde em um intervalo de tempo se apura se a empresa gerou lucro ou não. Caso haja geração de lucro, aí sim parte deles pode ser repassado ao seu proprietário. Parte deles! Porque se o empreendedor retirar tudo. Voltamos no R$1,00 e R$2,00 que volta virar R$1,00 e assim por diante.
A empresa não deve custear carro do empresário, a casa do empresário, a escola dos filhos do empresário, e tudo mais do âmbito pessoal. O salário do gestor deve arcar com esses custos, e esse salário deve estar dentro de um valor que a empresa tenha condição de pagar.
“Mas meu custo de vida esta ficando acima dos valores que a empresa me gera como salário.”
Então, ou você adapta seu custo de vida para que deixe dinheiro para a empresa ter fôlego e crescer, se manter, ou você busca melhorar a gestão e sua empresa ser mais eficiente e gerar maior lucratividade para conseguir pagar seus gastos pessoais – um salário alto.
Mas para não quebrar sua empresa, assim como os demais funcionários sua retirada / salário deve ocorrer dentro de uma data e ser um valor fixado, só assim terá garantia de não atrapalhar o giro da empresa e a possibilidade de definir estratégias de desenvolvimento do seu negócio.
Empreendedor, não se deslumbre!
Trabalhe para sua empresa até ela crescer e aí sim, ela começar a trabalhar para você, com tanto lucro acumulado que suas retiradas não vão afetá-la. O sacrifício no início que determina o sucesso no futuro.
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