‘Largo’ era área pública de circulação, servindo, muitas vezes, de atalhos entre ruas, e identificação de endereços ou ponto de referências, enquanto ‘praça’, espaço público ajardinado, destinado ao descanso e congraçamento de famílias, com bancos, passeios e coreto para apresentações culturais. Em regra, ainda são assim, não excluindo as áreas particulares para o mesmo fim
Os largos e as antigas praças santa-cruzenses, algumas ainda atuais, foram as seguintes:
— Contada entre as três mais antigas praças urbanas de Santa Cruz, durante algum tempo, também foi denominada Praça Barão ou Visconde do Rio Branco.
—Bem antes dos arruamentos, Crônica de 1887, (Almanach para a Província de São Paulo, 1887: 542-549), refere-se que o pioneiro-mor santa-cruzense, Manoel Francisco Soares, erguera “uma cruz de madeira, que orgulhosamente se ostentava na beira do terreiro de sua habitação”, a permitir depreendimento que lá, onde existiu a Praça, tenha sido o lugar onde a cruz erigida.
—A Lei Municipal nº 21, de 16 de abril de 1937, desapropriou parte do imóvel do advogado Celso Vieira, à Rua Saldanha Marinho, nº 282, para anexação à Praça Rui Barbosa, existente (Correio Paulistano, 23/06/1937).
—Tradições indicam que esta praça existiu desde o início de Santa Cruz do Rio Pardo, sem denominação, até que lhe foi dada por nome ‘Conselheiro Ruy Barbosa’.
—Nos tempos da servidão, antes de ser oficialmente denominada, os escravizados enfrentavam publicamente o tronco, assim como os praticantes de crimes aguardavam ali, amarrados, o destino para as cadeias de São Domingos, Lençóis Paulista ou Botucatu, até que a localidade, em 1875, foi provida de cela provisória para seus detentos.
— A Praça teve calçamento com paralelepípedos em seu entorno, no ano de 1937, quando prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo o professor Joaquim Silverio Gomes Reis (1937/1938), e o local, por muitos anos serviu de ‘feira dominical’ para vendas e compras de produtos hortifrutigranjeiros.
—A nominação Praça Anchieta foi posteriormente transferida para defronte o Colégio Companhia de Maria e, hoje, é a pequena Praça defronte à Igreja Católica Santa Cruz, propriedade eclesial, na Vila Mathias.
—A então Praça Ataliba Leonel tornou-se Praça João Pessoa – Lei Municipal 458, de 15/01/1931, para, pouco depois voltar à denominação Marechal Deodoro, hoje Dr. Pedro Cesar Sampaio.
—O Jardim foi projetado pelo engenheiro da municipalidade dr. Lars Swenson, vinculado aos Sodré, sob a denominação Praça da República, posteriormente remodelada pelo autodidata Américo Roder nos anos de 1930, inclusive o coreto, no governo municipal de Abelardo Pinheiro Guimarães – 1930/1935 (Debate, 15/02/2015 – Caderno D); em 1977 a Praça da República, sob a administração de Aniceto Gonçalves (1977/1982), teve sua denominação alterada para Praça Deputado Leonidas Camarinha – Lei Municipal nº 746, de 14 de dezembro de 1977; e, ainda na administração Aniceto Gonçalves foi ela remodelada em maio de 1981. Ao longo de décadas a Praça teve sofreu reformas de manutenções necessárias, inclusive, na administração Onofre Rosa de Oliveira (1983/1988) colocações de sanitários, retirados pelo governo Adilson Donizeti Mira (2001/2008).
—Teve expropriação legal para utilidade pública, isentando os descendentes do coronel Antonio Evangelista da Silva dos impostos sobre os terrenos, e dando-lhes, por permuta, com os terrenos municipais no antigo cemitério confinados pelas avenidas Silva Jardim – atual Dr. Cyro de Mello Camarinha – e Baptista Botelho, entre as ruas Quintino Bocaiuva – atual José Epiphanio Botelho e Euclides da Cunha (Lei Municipal nº 419, 30/12/1927).
—A praça expropriada foi dividida em lotes alienados a particulares.
—A referência ‘Travessa da Cadeia Velha’ se deu que, por algum tempo entre a desativação da cadeia de madeira (1895) e inauguração de novo edifício para aquele fim (1901), os presos foram abrigados numa casa de esquina pertencente a Manoel Herculano Leite, na dita travessa (DOSP, 29/03/1896: 3).
As praças e largos sob responsabilidades da Igreja Católica, onde edificados seus templos, foram remodelados por José Acácio dos Santos, projetista, segundo memórias referentes à Praça e Matriz nos anos 1960.
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Dúvidas: pradocel@gmail.com
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