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As primeiras ruas santa-cruzenses

 

As ruas, sem uniformidade padrão e simetria ausente, eram conhecidas por números ou pelos nomes dos moradores mais antigos ou influentes, antes de se homenagearem personagens da República [a partir de 1890], os cidadãos ilustres e os membros de famílias bem relacionadas economicamente. Os nomes das ruas são definidos pela Câmara Municipal, cujas indicações transformadas em investimentos políticos de vereadores, quando não do próprio executivo.

Nos tempos republicanos são identificadas algumas ruelas nos patrimônios Santa Cruz e Santo Antonio, depois ampliadas com os arruamentos:

A hoje rua ‘Conselheiro Antonio Prado’ atrelava-se a uma estrada, adiante do ‘Largo do Jardim’ [atual Praça Deputado Leonidas Camarinha] com destino ao Paraná passando por algumas fazendas aquém e além do Pardo – pela ponte da conhecida Usina Velha, para seguir adiante; à estrada, uma via perpendicular no denominado ‘Altos do São José’ rumo aos cemitério e isolamento para vítimas de epidemias e doenças infectocontagiosas – sendo este isolamento onde, por tempos, esteve a ‘Antena da Rádio Difusora’.

—Anos depois, na área urbana, a estrada teve o nome de Rua Paraná, com outras modificações nominais mais porvindouras.

Uma travessa, posteriormente com o nome de Julio de Castilho, homenagem ao chefe político gaúcho republicano Julio de Castilho, morto aos 24/10/1903, cujo óbito citado pelo semanário santa-cruzense Correio do Sertão, 31/10/1903, unia as atuais praças ‘Major Antonio Alóe e a Sete de Setembro’ e nesta última a bifurcação da citada Julio de Castilho com a rua ‘Duque de Caxias’ que antes era conhecida como estrada ‘Estrada da Olaria do Valentim’ prenome do capitalista, fazendeiro e oleiro Valentim José Theodoro.

—Desde a ‘Praça Major Antonio Alóe – antiga Rui Barbosa’, abriu-se a ‘Rua do Coronel Piedade’, depois ‘Rua Coronel Emygdio José da Piedade’.

—Posteriormente o prosseguimento da Julio de Castilho teve a denominação de Afonso Pena.

Uma travessa, depois denominada ‘General Gurjão’, atual ‘General Argollo’, unia o núcleo Santo Antonio à estrada para o Paraná – sequência da Rua Conselheiro Antonio Prado.

Uma travessa, entremeio às futuras ‘Julio de Castilho e Afonso Pena’, que depois se cognominou ‘Thomaz Junior’ – agora ‘Gildo Menon’, acessava-se a ‘Chácara de Maria Caetana’.

A hoje ‘Rua General Osório’ acostava-se à margem do rio Pardo, e a ‘Barão do Rio Branco’ iniciava-se à beira do ribeirão São Domingos até encontrar o Pardo; e, no cruzamento dessas duas vias públicas formava a ‘Praça Santa Cruz’, onde existiu uma capela até 1926.

Citações de 1909, Código de Posturas pela Lei Municipal nº 143, de 03/11/1909 – Título IV, Capítulo I – Da Cidade e Vilas, Seção I revelam o perímetro urbano iniciado na barranca do Rio Pardo, onde o valo divisor do patrimônio – grosso modo quarenta metros adiante das Ruas Conselheiro Saraiva e Padre Pio Giocondo Lorgna, no ponto fronteiro observável ao final dos trilhos da estrada de ferro Sorocabana, de onde descer o Rio Pardo até frontear a barra do Ribeirão São Domingos, de cujo ponto seguir o mesmo Pardo até a divisa do patrimônio de S. José, marcado pela atual Rua Coronel Arlindo Crescêncio da Piedade e por ela subir até frontear o pasto de dona Guilhermina Brandina da Conceição, agora a atuais Vila Fabiano e adjacências, daí a descer pela divisa rumo ao ribeirão São Domingos, por este acima até a divisa do patrimônio, maraca pelo o valo em direção ao Rio Pardo, onde iniciada as dimensões.

Nas descrições da citada lei, conforme o artigo 337, são designadas as ruas da época, entre outras, que chegaram aos dias atuais ou acrescidas gradativamente:

– Rua 1: aquela “que partindo da rua Saldanha Marinho [por de trás da casa do Dr. Olympio Pimentel] vai ter á rua Conselheiro Antonio Prado”, ou seja, a ‘Rua Dr. João Pinheiro’, cuja denominação em homenagem ao estadista e presidente mineiro João Pinheiro [da Silva], falecido em 1908. A tal rua teve, depois, prolongamento até a atual rua Coronel Julio Marcondes Salgado, valendo-se de pequeno trecho da ruela desaparecida.

– Rua 2: Barão do Rio Branco, antes ‘Visconde do Rio Branco’ e era conhecida como a ‘Rua que começa no ribeirão São Domingos passando em frente da ‘chacrinha’ do Dr. Olympio Pimentel e seguir ao rio Pardo acima até findar defronte ao mesmo.

– Rua 3: Duque de Caxias, ‘Rua que partindo do largo onde morava José Bispo, segue em paralelo ao rio Pardo, em direção a Olaria de Valentim José Theodoro’. Foi antes, ou assim conhecida, como a ‘Estrada da Olaria do Valentim’.

– Rua 4: Coronel Emygdio José da Piedade, a ‘Rua da casa do Coronel Piedade’, desde a Rua General Ozório à Avenida da Intendência, depois Silva Jardim, agora Avenida Dr. Cyro de Mello Camarinha.

– Rua 5: General Ozório [Osório], ‘a rua que partindo da casa de D. Rita Borges vai ter ao matadouro’ no despejo do Ribeirão São Domingos com o Pardo.

– Rua 6: Joaquim Manoel de Andrade. Segundo a tradição, Joaquim Manoel de Andrade residia numa esquina, com a então ‘Rua 7 que foi Rua do Andrade e depois Saldanha Marinho’, ficando a Rua 6 com o nome de Joaquim Manoel de Andrade, por algum tempo, também, Rua do Andrade, por nela construir nova morada.  

—Em 1926, o prolongamento da rua Andrade [atual Joaquim Manoel de Andrade], a partir da praça hoje Deputado Dr. Leônidas Camarinha rumo ao ribeirão São Domingos, foi denominada rua Amazonas, consoante Lei Municipal nº 377 de 16 de julho de 1926, com nominação como rua Rio Grande, a qual em 1932 oficializada Coronel Julio Marcondes de Salgado – Lei Municipal nº 80 de 12/09/1932.

—Levantado documento eleitoral (Livro-Ata) que, em 1892, menciona residência de Joaquim Manoel de Andrade à Praça da Liberdade nº 3, ainda não esclarecido se tal endereço seria na Rua Joaquim Manoel de Andrade aos fundos da Praça hoje Deputado Leônidas Camarinha.

– Rua 7: Saldanha Marinho, antes a ‘Rua do Andrade’ também chamada de ‘Rua da Ponte Nova’, nas proximidades do Pardo.

– Rua 8: Conselheiro Antonio Prado, ainda com atual denominação, mas, em 1926, abaixo da Praça da República [Deputado Dr. Leônidas Camarinha], em direção ao Bairro de São José, teve denominação alterada para Rua Paraná (Lei Municipal nº 377), depois tornou-se rua Mario Bastos Cruz – Lei Municipal 459, de 15;01/1931, voltando a ser Conselheiro Antonio Prado, e, hoje, Rua Coronel Antonio Evangelista da Silva abaixo da Rua Saldanha Marinho.

—Nos tempos como Rua Paraná, foi mencionado uma pedreira às margens do ribeirão São Domingos, desativada em 1927: “extincção da pedreira na rua Paraná, junto ao ribeirão S. Domingos (A Cidade, 06/02/1927: 1)”.

– Rua 9: Farmacêutico Dr. Alziro de Souza Santos, antes Visconde de Pelotas, conhecida como Rua do Hotel Filandro. Em 1899 o Correio Paulistano citou reforma da ponte sobre o Rio Pardo, em fase de conclusão de serviços, “situada na Rua Visconde de Pelotas – que sobe em direção á cadêa velha, tendo espaço para tres cavaleiros juntos” (21/04/1899: 2).

—Pela Lei Municipal 377, de 16 de julho de 1926, a rua Visconde de Pelotas, abaixo da Praça Ataliba Leonel [Marechal Deodoro e hoje Praça Dr. Pedro Cesar Sampaio], em direção ao ribeirão São Domingos, recebeu nome de Ladeira São Paulo, agora Rua Frei Marcos Righi, com sequência, pós ribeirão, nominada Avenida Fabiano Pereira da Silva. 

– Rua 10: Ruas Luiz Gama, ‘que começa no ribeirão São Domingos e vai até o Largo da Igreja’, ou ‘Páteo da Igreja’. A Luiz Gama teve denominação alterada para Ladeira [de] São Domingos pela Lei Municipal nº 377, de 16 de julho de 1926, a partir da rua Saldanha Marinho, denominação ainda conservada, enquanto a sua extensão, entre o pátio da Igreja – hoje Praça Dr. Pedro Cesar Sampaio até a rua Saldanha Marinho, tornou-se [início da] Avenida Tiradentes.

—O nome de Luiz Gama foi transferido para uma via pública no Bairro São José.

– Rua 11: Rua Santa Cruz, depois Rua ‘Senador Euzébio de Queiróz’, hoje Catariana Etsuko Umezu.

—Pela citada Lei Municipal 377: “O prolongamento da rua Euzebio de Queiroz a partir da praça Ataliba Leonel [antes Praça Marechal Deodoro e atualmente Dr. Pedro Cesar Sampaio] passou a denominar-se rua José Theodoro de Sousa”, voltando à denominação anterior, Euzebio de Queiroz, até sua modificação para Rua Catarina Etsuko Umezu.

– Rua 12: Benjamin Constant, início a partir da Rua Saldanha Marinho rumo à Praça da Igreja e adiante; depois foi aberta até o Ribeirão São Domingos.

—Atualmente, a parte iniciada no Ribeirão São Domingos, até a Rua Farmacêutico Alziro de Souza Santos, tem a denominação de Frei Marcos Righi.

– Rua 13: Conselheiro Dantas, conhecida como ‘Rua do Meio’, foi via de entrada e saída para São Pedro do Turvo e sertão.

– Rua 14: Prudente de Moraes atual José Epiphânio Botelho.

– Rua 15: Marechal Bittencourt, anteriormente denominada ‘Avenida da Independência’.

– Rua 16: Quintino Bocaiuva, nome ainda hoje conservado.

– Rua 17: Rangel Pestana paralela à avenida precedente que é a Coronel Baptista Botelho e esta paralela à atual Avenida Cyro de Mello Camarinha, antes a ‘Avenida Silva Jardim’ e, mais antigamente, a ‘Avenida da Intendência’, ambas as avenidas ausentes das demarcações.

– Rua 18: Euclides da Cunha, parte onde, após a Conselheiro Saraiva, a estrada com destino a Espírito Santo do Turvo.

—Antes da estrada ser ligada à Euclides da Cunha, iniciada nas proximidades da atual Avenida [João] Baptista Botelho, ela passava por entre as quadras da mesma Euclides da Cunha e a atual Antonio Mardegan.

– Rua 19: Regente Feijó, antes Senador Feijó.

– Rua 20: Rua José do Patrocínio teve denominação alterada para Antonio Mardegan.

– Rua 21: Conselheiro Saraiva, o antigo limite urbano de Santa Cruz do Rio Pardo, no final do século XIX e início do XX, onde, quarenta metros adiante, existia o valo divisor com as terras do engenheiro ‘Henrique Kruzmann’ futura Fazenda do Peixe, partes hoje da ‘Chácara Peixe’.

— As terras adiante do marco divisor foram originariamente de Manoel Francisco Soares, depois de Pedro Gonçalves e, deste, ao Henrique Kruzmann, (Cartório de Registro de Imóveis, Livro 3-F, de Transcrição das Transmissões, fls. 111, Transcrição 1.102, do Livro 04, de 1894). Com o abandono de Kruzmann o imóvel foi levado a hasta pública, arrematado por Antonio Evangelista da Silva – Tonico Lista, que o vendeu ao José Antonio de Moraes Peixe, cuja viúva, dona Emerenciana Peixe, sem herdeiros, o repassou ao Joaquim de Souza Campos, também conhecido por Joaquim Paulino.

– Rua 22: Coronel Marcello Gonçalves de Oliveira, que foi a ‘Rua do Pio’ ou a ‘Rua que começava no Ribeirão São Domingos e chegava ao Largo do Rosário’.

—No Largo do Rosário inicia-se a Avenida Marechal Floriano Peixoto em continuação da precedente, Coronel Marcello Gonçalves de Oliveira.

—A Praça tornou-se Octaviano Botelho de Souza, pela Lei Municipal 689/1976, e a rua oficializada pelo nome Travessa ‘Otacílio Ramos’, pela Lei Municipal 1471, de 22 de fevereiro de 1994, por entender os políticos que se tratava de via pública sem denominação.

– Rua 23: inexistente à época.

– Rua 24: Rua General Carneiro, denominação modificada para Cônego Joaquim Bueno de Camargo.

—Esta rua atualmente tem nomes diferentes ao longo de seu curso, como exemplo a ‘Rua Padre Figueira’.

– Rua 25: inexistente à época.

– Rua 26: Carlos Gomes, a última rua no limites urbano, com chácaras à beira do Ribeirão São Domingos, e acima a confrontar com a Rua Porto Alegre, antes Rua Sidéria (APESP, Carta 001-0033-001-001), conhecida como Boiadeira, com denominação alterada para Rua Simão Cabral, pela Lei nº 20 de 26 de dezembro de 1956.

Na margem direita do ribeirão São Domingos, proximidades do chafariz, além da estrada até a Olaria de Valentim José Theodoro, a hoje Rua Duque de Caxias, citam-se as ruas General Argollo, depois General Gurjão, conhecida em 1909 como a ‘Rua que partindo da Rua Conselheiro Antonio Prado – [parte atual Coronel Antonio Evangelista da Silva], e passando pela frente da casa da viúva de Jacob Molitor, vai até a esquina da casa de Antonio Alves da Silva Leandro’, no dito ribeirão.

Outras antigas vias públicas santa-cruzenses são mencionadas na Lei Municipal nº 143, de 03/11/1909.

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Dúvidas: pradocel@gmail.com

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