Uma frase comum do dia a dia empresarial é: “Estoque parado é dinheiro parado”, certamente tem muito peso na gestão do empreendedor, já que a validade dela é certa, pois se a mercadoria não sai, melhor seria o dinheiro no banco, que garante liquidez imediata e pode até render “uns jurinhos”, as vezes diários, como existem opções atualmente. Além de que dinheiro na mão é fator crucial para boas oportunidades que aparecem.
Em muitas ocasiões o gestor não sabe ao certo qual melhor estratégia adotar quanto a quantidade de itens que deve ter armazenado, com medo de perder vendas utiliza a capacidade máxima de seu espaço com produtos estocados, sem calcular o risco dessa ação.
Quais os riscos de estoque abarrotado?
O primeiro já comentado, muito dinheiro empatado com ausência de retorno – se o giro dessa mercadoria demorar, seu lucro na verdade não é o que calculou inicialmente; também comprometimento do giro de capital, já que terá que pagar o produto que ainda não vendeu e não tem a previsão certa de quando isso irá ocorrer; custos de armazenagem – sim, pouquíssimos avaliam isso, mas o espaço custa; risco de roubos, e demais danos, como sujar, embolorar etc.; risco da mudança do mercado e perda de interesse dos consumidores ou desvalorização dos produtos; são os principais pontos.
Quanto ao último, o contrário também pode ocorrer – valorização do item armazenado.
Por essas e ainda outras mais, é essencial conhecer todos os detalhes das negociações do dia a dia para definir o estoque ideal.
A estratégia correta, assim como nas demais áreas da empresa, é o planejamento, e para isso deve-se analisar alguns pontos, conforme cada setor econômico, mas apontaremos os principais.
1º Quais tipos de venda sua empresa tem:
Sazonal: como épocas do ano, datas festivas, etc. Deve-se observar seu histórico de vendas e as perspectivas do mercado para sua compra ficar dentro da margem de vendas e metas definidas, sem sobras que comprometam seu caixa;
Constantes: itens são comercializados normalmente independente de qualquer situação, como produtos de necessidades básicas, roupas e calçados comuns do dia a dia, etc. Nesse caso deve-se observar o giro, a demanda que se repete constantemente de acordo com os prazos de reposições do fornecedor (semanal, quinzenal, mensal, etc) para fazer as reposições.
2º Analisar as questões relativas ao prazo de entrega dos produtos
A quantidade a ser reposta deve observar também o tempo da vinda do novo lote, sendo a compra adequada para que itens ainda estejam disponíveis até a chegada da reposição. Ainda, importantíssimo observar se o histórico do cumprimento dos prazos são realmente respeitados pele fornecedor, pois se ele costuma atrasar entregas ou se o item tem constante falta no setor da distribuição, a compra deve ocorrer com um quantidade superior como margem de segurança – estruturada para manter itens disponíveis para as vendas comumente ocorrentes, enquanto durar esses atrasos.
É comum atualmente o formato de entregas de distribuidores de um dia para outro, e ainda com frete grátis. Nesse caso, empresas que atuam em setores com esse formato de negociação devem manter o estoque mínimo possível, pois assim seu dinheiro não fica empatado em produtos, tem liquidez imediata para melhores negociações se surgir boas opções no mercado pois sempre terá dinheiro em caixa, não precisando manter e custear grandes espaços de armazenagem, sem falar que garante a negociação com dinheiro de terceiros, ou seja, não tem que desembolsar para negociar, pois muitas vezes irá comprar, vender em seguida e receber do cliente antes mesmo de ter que pagar o fornecedor, não comprometendo sua liquidez de caixa. Essa é a condição mais confortável e lucrativa quando falamos em estocagem e deve ser bem aproveitada pelos gestores que tem essas opções.
3º Custos relativos as reposições
Toda compra implica custo, e caso esse custo de aquisição dos itens seja alto, vale avaliar se compensa adquirir lotes maiores que o giro desses produtos com a estratégia de diminuir esses custos, como fretes, seguro de carga, taxas contratuais, etc. É claro que para isso deve-se observar também se existe dinheiro disponível para o pagamento, sabendo que o desembolso será por bom tempo unicamente da empresa, pois os produtos ficarão estocados por bom tempo, sem gerar caixa.
E deve-se observar ainda nesse caso se existe espaço seguro e adequado para essa armazenagem de maior quantidade, onde a mercadoria não corra risco de avarias, não atrapalhe o fluxo diário de trabalho, não corra risco se ser roubada, estragada, etc.
4º Negociações em momentos com tendencias de aumentos de preços
Existem setores que tem muitas variações de condições de entrega e também de preços. Nesses casos, vale muito estudar a compra em maiores quantidades que o giro, para garantir no futuro a venda com preços que tragam maiores margens de lucros, quando te, a previsão antecipada que ocorrerá aumento do preço no mercado.
É claro que isso depende do seu caixa que a empresa tem disponível. Ainda, pode ser observado a captação de capital de giro, se o mesmo tiver condições que favoreçam seu pagamento paralelamente ao acumulo de lucratividade.
ESTUDE constantemente a rotina de vendas da sua empresa, observe as ações de seus fornecedores, esteja de olho nas tendências do mercado e ouça os desejos dos seus clientes. Tenha os controles financeiros que demonstrem todos seus custos, contas a pagar, previsões de recebimento e acima de tudo capital disponível – para investimentos e/ou para reserva de emergências. Com isso em mãos, definir a quantidade ideal de estoque passa a ser estratégica e geradora de lucros e não jogo de sorte.
Administrar é estudar e planejar constantemente. Faça isso constantemente e tenha uma empresa lucrativa e de sucesso!
Só quem administra garante o lucro!
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