Pobre povo indígena. Desde o “descobrimento” do Brasil, foram, estão sendo e serão sempre roubados, assaltados, furtados, violentados…
Como se já não bastasse a drástica destruição da Amazônia, que de 2018 para cá perdeu mais de um bilhão de árvores, o maior desmatamento em 10 anos.
As terras indígenas cada vez mais estão sendo invadidas. No ano de 2019, inúmeras denúncias foram feitas em relação a cinco terras indígenas demarcadas que foram invadidas para o roubo de madeira, outras para pastagem e, mais violento ainda, a abertura de picadas e estabelecimentos de lotes para ocupação ilegal dos territórios tradicionais.
Estados como Amazonas, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e outros, viraram terras de madeireiros, grileiros, que se estabelecem no interior das áreas demarcadas.
O governo Bolsonaro, juntamente com políticos conservadores alinhados com o agronegócio, vêm contribuindo muito com o desrespeito aos povos indígenas.
Lideranças desses territórios demarcados afirmam que as ameaças estão aumentando e que os invasores estão se sentindo “representados” por Jair Bolsonaro, que desde a campanha eleitoral vinha se pronunciando contra as demarcações e os direitos indígenas. É notório que o governo federal não faz nada em benefício dos povos indígenas, que veem suas terras sendo invadidas, desmatadas, rios contaminados com mercúrio, doenças, conflitos armados.
Não bastasse todo esse desrespeito com o povo indígena, o governo federal usou a invasão da Ucrânia pela Rússia para desencovar um projeto de lei enviado ao congresso nacional em 2020, onde libera a exploração econômica em terras indígenas. A enxovalhada proposta, que ainda não foi analisada pelo parlamento, permite, entre outras coisas, a mineração, a exploração de gás e petróleo e a construção de hidrelétricas. Com a guerra imposta pela Rússia à Ucrânia, o fornecimento de fertilizantes está sendo afetado, pois o Brasil é dependente da Rússia na importação do produto.
Nas redes sociais, Bolsonaro ligou o potássio à segurança alimentar do Brasil. Sendo assim, o feijão e o arroz nosso de cada dia depende da dizimação dos povos indígenas.
Agora, o que é mais asqueroso, é ter que ouvir afirmações como esta do Bolsonaro e de outros que o apoiam, os sempre “lambe botas”, que afirmam: “estamos projetando o progresso”.
Máfia hipócrita, se as terras alheias das inúmeras fazendas, produtivas ou não, que estão nas mãos de poucos no nordeste, centro oeste do Brasil são invadidas, é invasão, quadrilha, vagabundos, esquerda, comunismo, crime… Agora as terras demarcadas dos povos indígenas são invadidas pelos madeireiros, garimpeiros, pecuaristas, o crime muda de nome e passa ser chamado de progresso, é correr o risco de ficar sem o arroz e feijão na mesa.
Sou categoricamente contra todo tipo de invasão, de toda apropriação ilícita, mas a lei tem que ser dura e pesar para todos.
Se de fato estamos preocupados com o progresso da nação, eu sugiro que os grandes latifundiários cedam à União uma pequena porcentagem de suas terras para a exploração de minério, o cultivo do feijão e arroz, afinal de contas estamos na era do Brasil acima de tudo!
Um abraço,
Frei Edmilson.
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