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Frei Edmilson: “Esquerda ou Direita? Prefiro em frente”

A polarização política no Brasil atingiu um nível alto de intolerância. Temas perceptíveis como racial, gênero, religioso, cultural, social, crescem, hoje, assustadoramente no cotidiano do povo brasileiro. Isso tudo encabeçado pelas discussões político-partidárias.

Uma pesquisa realizada pelo IPSOS (terceira maior empresa de pesquisa e inteligência de mercado do mundo, fundada na França em 1975) mostrou que os entrevistados no Brasil estão menos propensos a aceitar as diferenças. Segundo a pesquisa, 32% dos brasileiros acreditam que não vale a pena tentar dialogar com pessoas que tenham visões diferentes das suas. Na prática, o nível de intolerância nas discussões políticas afeta as diversas relações pessoais, sejam as familiares, as profissionais, religiosas e as interações nas redes sociais.

Mas, por que estou trazendo presente esta realidade? Imagine agora você, caro leitor, como se tornou um desafio abordar alguns assuntos na igreja nos dias de hoje; seremos rotulados como impiedosos, comunistas, de esquerda, de direita, conservador, liberal…Chegamos ao absurdo de ouvir a seguinte afirmação: “FÉ E POLÍTICA NÃO SE MISTURAM…”, mas no decorrer do CRISTIANISMO, sempre estiveram juntas. Os cristãos, fiéis aos ensinamentos da Bíblia, entendiam que a FÉ tinha que se desdobrar em ações sociais que interferissem na organização da sociedade. Os profetas foram políticos críticos das injustiças e dos explorados. No entanto, o que se discute, na atualidade, é a forma como se articula Fé e Política e suas consequências.

A igreja católica no BRASIL tem uma pastoral que é denominada Fé e Política onde tem incentivado a participação efetiva dos cristãos em conselho partidário, grupos, movimentos, e organizações coletivas, que visem à transformação da sociedade em favor da vida. Por isso, nas minhas homílias, eu não me eximo de alertá-los para esse tema, para essa situação caótica que estamos permitindo acontecer na nossa sociedade. Jamais estou afirmando que temos que transformar nossas celebrações em comício eleitoral e o presbitério em palanque. O espaço físico igreja é grande, temos muitas formas de nos organizarmos, pensarmos e executarmos sem manchar o SAGRADO, pois está na hora da igreja católica se organizar mais, ter força e representatividade na política municipal, estadual e federal.

Precisamos formar nossas bancadas com homens e mulheres idôneos, com coragem, convicções, amor pelo que faz sem se deixar seduzir e prostituir pela grande meretriz que se chama corrupção. Pessoas que façam com que a igreja católica seja representada e respeitada no cenário político nacional, seguidores de Jesus Cristo, pois quem o segue compromete-se com sua causa, com o seu sonho: “A CONSTRUÇÃO DO REINO DE DEUS”, que deve acontecer aqui, já, agora, onde todos tenham Vida e vida em abundância. E como realizar isso nos eximindo da política? Confesso que eu não sei…

Creio na máxima que diz: “nós colhemos o que semeamos “; temo que nós católicos no futuro paguemos um preço duro por nossa apatia diante da política.

Hoje “mexer” com política na igreja é sinônimo de rótulos pesados. Mas todo batizado tem a missão de profeta, e profeta é mensageiro da esperança. Agora, se nós profetas calarmos: “As pedras falarão (Lc 19,40).

Agradeço este espaço que parece vou ter aqui no Diário Cidadão. Intitulei este espaço como:
“DE TUDO UM QUINHÃO”. E aqui quem vos escreve não é somente o religioso Dominicano Frei Edmilson de Oliveira, OP, mas também cidadão brasileiro Edmilson de Oliveira CPF 60055… Abraços.

 

Frei Edmilson de Oliveira, que atualmente é pároco na paróquia Santo Antônio (Curitiba-PR)

 

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