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“Caso Feitosa”: Delegado Renato Mardegan, um dos responsáveis pela investigação, fala sobre a condenação da ex-tesoureira a 29 anos de prisão

“A Polícia Civil teve que correr atrás. Saímos em desvantagem na investigação”. A frase do delegado Renato Caldeira Mardegan, proferida durante entrevista à rádio 104 FM na terça-feira, 22, remete a dezembro de 2016, quando o então prefeito Otacílio Parras Assis convoca uma coletiva de imprensa para anunciar a descoberta daquele que seria o maior escândalo de desvio de recursos públicos já revelado em Santa Cruz do Rio Pardo. Os fatos narrados por ele, o montante especulado do desfalque e as falas duras e emocionadas do prefeito geraram uma comoção imediata em toda a região. Entretanto, um “detalhe” importante passou batido pelo governo Parras: avisar a Polícia. Somente horas depois da divulgação pela imprensa é que os acontecimentos foram levados ao conhecimento das autoridades. Neste ínterim, Sueli Feitosa, apontada naquele momento como a principal suspeita pelo rombo, fugiu do município e ficou foragida por cerca de dois meses. Tempo mais do que suficiente para que eventuais rastros dela e de possíveis comparsas fossem apagados. 

Mas a Polícia Civil não esmoreceu. Seguiu com as investigações e foi justamente o sólido inquérito produzido contra Sueli e seus familiares que possibilitou ao Ministério Público

apresentar uma denúncia bem embasada e certeira. Prova disso é que a ex-tesoureira foi condenada nesta segunda-feira, 21, a 29 anos de prisão em regime fechado pelo crime de peculato.

A sentença também condenou parentes de Sueli: o cunhado Adilson Gomes de Souza e a irmã Camila Pereira Sacramento de Souza receberam penas de 10 anos de reclusão cada um; a mãe, Maria da Conceição Pereira Feitosa, foi condenada a sete anos de prisão em regime semiaberto. A decisão é em primeira instância e todos poderão recorrer em liberdade. A defesa de Sueli informou que vai recorrer.

O juiz Pedro de Castro e Sousa, da Vara Criminal de Santa Cruz do Rio Pardo, também determinou a perda de todos os bens que a família de Sueli Feitosa adquiriu no período entre 2002 e 2016. Entre os bens estão imóveis em bairros nobres, veículos e uma chácara.

Segundo a Justiça, Sueli Feitosa desviou verba da prefeitura por 2.291 vezes, em valores que somaram R$ 3,76 milhões, cifra que atualizada até a data de denúncia representa uma valor de R$ 10,9 milhões.

Em entrevista ao jornal “Giro de Notícias”, da rádio 104 FM”, o delegado Renato Caldeira Mardegan relembrou alguns dos momentos mais intensos deste caso. Assista:

* Com informações do G1

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