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Frei Edmilson: “Lições de uma tragédia”

O Brasil atravessa novamente uma crise política de grande proporção, sendo revelados, a cada dia, o desmando, a corrupção, a imoralidade, as fake news e as mentiras, o que deixa a nação horrorizada, além de causar repúdios nacional e internacional.

O povo brasileiro vivenciou o trauma das eleições, desta vez, presenciando, da sua própria casa, o vexame, a falta de pudor e de respeito demonstrados pelos candidatos à presidência, que, ao invés de estarem preocupados em apresentar aos seus eleitores planos concretos de governo, realizaram um show de horrores em plena rede nacional; ainda, como se não bastasse tamanha imprudência, muitos eleitores foram sufocados e calados pelas Fake News: informações mentirosas que passeiam livremente em nosso dia a dia, possuindo o escopo de alcançar revolta e indignação a qualquer custo, ferindo a dignidade de qualquer cidadão, evidenciando, que já passou da hora desse crime, produzir e propagar Fake News, tornar-se um crime hediondo.

Jean Paul Sartre, filósofo, francês, do séc. XX, afirma que entende que cada ser humano é livre para criar o seu caminho e cada um deve escolher constantemente o que fazer com a sua vida, porém, o não escolher também é uma escolha. Essa conclusão não está distante dos escritos de São Paulo: “foi para liberdade que Cristo nos libertou” (Gálatas 5, 1). 

Neste sentido, é visível que toda escolha tem as suas consequências e as suas responsabilidades, nas quais ninguém possui o direito de intervir ou de interpretar a escolha de outrem, até mesmo de uma instituição. Sendo mais claro… durante as eleições a Igreja Católica Apostólica Romana foi acusada de se posicionar ao lado, ou a favor do “dito” candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT); muitos chegaram a afirmar a sua decepção com a  INSTITUIÇÃO Igreja Católica diante de seu posicionamento. Não irei citar os comentários odiosos em relação à instituição, mas posso afirmar, aqui, que tais informações e comentários são meramente falácias.

A Igreja Católica é nítida em seu posicionamento “vida em plenitude para todos” (João 10,10), sendo uma instituição neutra. Assim como o Brasil dividiu-se nas últimas eleições, infelizmente, é triste afirmar que a Igreja não fugiu à regra. A situação ficou explícita ao nos depararmos com um periódico que publicou em uma edição de domingo, grupo de sacerdotes que apoiaram explicitamente o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, e do outro lado em forma de coluna, um grupo que apoiou o candidato Jair Messias Bolsonaro (PL). Como afirmei, tais grupos se pronunciaram de forma explícita. 

Já outros grupos de sacerdotes foram interpretados a partir de suas exposições e falas, como: falar de “pátria”, bandeira, agronegócio, era caracterizado como um sacerdote apoiador da Direita, ou se trouxesse a questão da fome, do pobre, das questões climáticas, seria um sacerdote de Esquerda. 

Outrossim, um dos argumentos da “dita” Extrema-Direita seria que os sacerdotes de “Esquerda” estariam consentindo ideais contra a vida, rebelando-se contra a instituição Igreja, sendo “favoráveis” ao aborto, às drogas, à ideologia de gênero e, o mais grave, apoiando um ladrão e corrupto…

Pois bem, primeiramente, os candidatos do segundo turno, se investigarmos detalhadamente as suas condutas cairemos numa grande decepção, chegando ao velho chavão “o sujo falando do mal-lavado”; em segundo lugar, a legalização do aborto é uma pauta inevitável e um dia irá acontecer: não por “planos” de governo, mas pela escassez da religiosidade, de Cristianismo, de Deus na vida das futuras gerações, pois quem ainda mantém as ideologias, ou “mantém as pontas” das questões morais da atual sociedade é a Igreja, mas à medida que o tempo passa, as famílias estão fragmentadas e o religioso não possui espaço ou mero valor, nossa moral tende a extinguir-se.

Ainda, sem dramaticidade, é deplorável chegar à conclusão que as gerações futuras retrocederão à lei de Talião (olho por olho, dente por dente). Reitero: para mim, governos atuais e futuros não colocaram em pauta a legalização ou não do aborto, porém, a própria sociedade se encarregará disso, da mesma forma que estão se encarregando em destruir o planeta. Nós, hoje, somos a “velha guarda” que não atrai e não dá testemunho de fé. 

Em relação à legalização das drogas, não é algo simples de concretizar, pois, possivelmente, nos esquecemos de um “personagem” importante e preocupante, os quais, no momento certo, se manifestarão: no caso, os traficantes. 

Acerca do tão comentado Comunismo, gostaria de compreender o que se entende por isso; já escrevi em outro artigo que, Venezuela, Cuba, China não são exemplos de Comunismo. Convido, mais uma vez, a sairmos das redes sociais, e lermos mais um pouco o pensamento de Karl Marx e Friedrich Engels e, caso queira ser mais ousado, leia a República, de Platão. Assim chegaremos à conclusão que Venezuela, Cuba e os demais, são governados por indivíduos ditadores, desumanos, os quais se apoderaram do poder e tornaram-se responsáveis pelas tragédias que acompanhamos em seus países. Tudo o que é governado por um louco está fadado à desgraça, que o diga Roma nas mãos de Nero.

Mas, mesmo assim, muitos poderão sentenciar ao inferno e não admitir que os ditos padres que se posicionaram ou julgaram se posicionar a favor da Esquerda, se apresentaram como filhos “rebeldes”. Agora, vale ressaltar que a Igreja Católica, desde seu princípio possui falhas, Igreja Santa e pecadora, como rezamos na Oração Eucarística nº 3: “pela Igreja santa e pecadora!”. Pecadora, como o filho rebelde que sai de casa e se rebela contra o pai, assim como o filho que nunca saiu, nunca se rebelou e nunca esteve com o Pai, no Pai! 

Há filhos que nunca saíram de casa e não se rebelam contra o Pai, mas não aceitam o Santo Padre, o Papa Francisco, eleito de forma lícita, pela maioria dos cardeais da Igreja. Filhos que chegam ao cúmulo de rotular o Papa como a “besta do Apocalipse”. Filhos que não aceitam o Concílio Vaticano II, aprovado pelos bispos da igreja. Filhos que não aceitam o rito atual da Celebração Eucarística… 

Sendo assim, as eleições passaram, lições ficaram e sempre irão ficar, mas, para mim, a lição mais significativa foi a de que muitos corações se revelaram, contudo, aqui me despeço, pois será o assunto do próximo artigo. 

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