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Frei Edmilson: “O inferno se chama Lázaro”

Faz um tempinho que não passo por aqui. Confesso que esse momento triste, vergonhoso, odioso, pelo qual o Brasil passa, não nos leva a ter prazer em escrever ou falar alguma coisa. Sendo assim, faço um pequeno comentário da parábola do rico e Lázaro que se encontra no evangelho de Lucas 16, 19-31. Para aqueles que não se recordam, é importante realizar uma breve leitura antes de seguir nos próximos parágrafos. Na parábola do rico e de Lázaro, em um espaço de tempo, chamado vida, Lázaro não existia para o rico, mas o rico existia para Lázaro. A narrativa dessa história sai da boca de Deus, e seu narrador é seu filho, Jesus. O rico não possui nome, mas o mendigo se chama Lázaro. 

A parábola encontra-se somente no evangelho de Lucas, tendo um endereço certo. Os fariseus e mestres da lei possuíam uma interpretação rigorosa e literal da mesma, das doutrinas e preceitos, porém, eram incapazes de enxergar os Lázaros. Desta forma, com a realização da leitura, utilizando a razão, chegaremos à conclusão que o rico não fez mal nenhum a Lázaro, ou algum ato maléfico, nem mesmo o expulsou de perto de si… mas, o rico cometeu um erro crucial, enxergou Lázaro tarde demais. O tempo chamado vida encerrou tanto para Lázaro, quanto para o rico. Com o falecimento de ambos, a parábola entra na narração em um espaço chamado de inferno, com o intuito de simbolizar, estatizar, literalizar, ou até mesmo, caracterizar um lugar, um estado, dimensão, uma linguagem, ou descrição. A gente só não pensa no que é. E o que é? A minha tentativa de resposta é que procuramos em lugares aquilo que não cabe em lugar nenhum, ou seja, o nosso SER. O SER só é em Deus, pois em si mesmo, é inferno.  

O inferno para o rico era ver Lázaro no seio de Abraão; de tal forma que seu inferno se torna maior, pois mesmo olhando do inferno, o rico ainda acha que detém a regalia da riqueza, do mandar e desmandar, de tal forma que, fala direto de “patrão para patrão”, quando se dirige diretamente com Abraão, pedindo para que a Lázaro seja dada a incumbência de ir “servi-lo” até o lugar em que está. Ainda, não sendo possível, pede que Lázaro seja enviado para “fora do céu” e fosse na esquina da mansão de sua família, para alertá-los dizendo: “Olha, fui enviado pelo Senhor da “casa do céu”, a pedido de seu familiar que não está no céu, para que lhe avisasse a seguinte mensagem: “Não tratem mal os Lázaros assim, pois, se vocês os tratarem mal vocês irão pro inferno comigo”. Se Lázaro tivesse sido enviado, o que aconteceria? Com certeza seria visto como louco, seria chutado e expulso para a outra esquina. E muito provavelmente os cães teriam que lamber as “ressuscitadas” em outra esquina da cidade. De fato, foi isto que Abraão respondeu ao rico, na conversa direta céu – inferno.

Bem, diante disso, fica claro que o céu começa aqui, que coisa linda… Mas o inferno também começa aqui, e continua conforme o que aqui se instalou em nós como opção pela inexistência de nossos Lázaros, pois nós é quem decidimos saber ou não o nome de Lázaro na terra e enxergá-lo, caso contrário, no inferno será tarde demais. Reitero, o inferno do rico começou a ser construído aqui na terra, quando não soube enxergar Lázaro. Dito isto, Lázaro é o nome do inferno do homem rico. 

Por fim, como exposto, só posso dizer para mim mesmo: “Ó, acorda tu que dorme” … 

Um abraço,

Frei Edmilson.

 

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