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Noriko Izumi Kawabata – poesia: “Curumim”

 

Curumim não via a hora de acordar

De correr pelas florestas

E no rio poder alegremente nadar

Explorar a mata com a confiança de quem conhece cada canto e fresta

Onde se consegue encontrar refúgio

Ou se esconder do perigo eminente

Apesar de tenra idade, é um menino prodígio

Pois, aprendeu com os seus antepassados, 

Sua ancestral sabedoria inerente.

Porém, para sua surpresa, neste fatídico dia

Algo lhe chamou atenção

Causando-lhe um aperto em seu coração

Seu povo estava em pânico com algo que estava a acontecer

Via-se fumaça e fogo no horizonte, diferente do costumeiro lindo alvorecer 

Dava para sentir um mau presságio no ar

Ouvia-se o estourar dos bambus, um som que fazia assustar

E o vento forte fazendo as labaredas fumegar

Um rastro negro de fuligem e uma triste impressão de morte.

Curumim se assustou e com sua mãe procurou alento

Ela o abraçou com misto de medo e revolta

Pela insensatez do homem branco 

Que na ânsia do poder, riqueza, ganância, posse ou simples leviandade

Causava o martírio e agonia com a devastadora queimada sem fim

Num local que um dia foi moradia e paraíso 

De todos que ali habitavam.

Por que tamanha crueldade?

Fagulha, fogo, fumaça e fuligem

Perigo, morte, escassez e dor

Causados por pessoas que se dizem civilizadas

Que devastam a natureza sem perdão 

Destruindo a morada de seu irmão 

Sem ao menos ter noção

Que está destruindo a natureza  

E o ar que necessita para manter a sua própria respiração.

E agora curumim, qual será o seu, o meu e o nosso futuro?

                                                                              ( Noriko Izumi Kawabata)

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