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Pesquisa de paleontólogo mariliense vira artigo de capa da revista Nature

A edição da revista Nature de 14 novembro, traz na capa um artigo sobre o trabalho de pesquisa de campo do paleontólogo mariliense William Nava. A publicação, uma das mais respeitadas no mundo da ciência, aborda os novos estudos sobre uma das descobertas de Nava em escavações na região de Presidente Prudente. Um fóssil de crânio de um ave pré-histórica encontrado em 2015 e batizada de Navaornis hestiae, revela importante estágio evolutivo das aves, se tornando um “elo” entre as espécies primitivas e atuais.

Com a publicação do artigo, o trabalho científico realizado pelo mariliense ganha destaque internacional e uma referência histórica e científica para a paleontologia. O crânio de um pássaro enantiornite que viveu há aproximadamente 80 milhões de anos atrás, foi encontrado na pedreira do William (William’s Quarry) no Ponto 1 do Sítio Paleontológico ‘José Martin Suárez’, em Presidente Prudente.

O paleontólogo William Nava escava no local desde setembro de 2004, portanto, há 20 anos e as rochas que continham o crânio e parte do esqueleto foram escavadas por Nava num trabalho de campo realizado durante o ano de 2015.

Inicialmente, as análises nessas rochas revelaram partes bem preservadas de um pequeno esqueleto de ave e somente em agosto de 2018, avançando na preparação do bloco de arenito no laboratório do Museu de Paleontologia de Marília, que o cientista notou evidências ósseas que poderiam indicar se tratar de um crânio.

“Foi uma grande surpresa, me deparar com ossinhos de morfologia diferente, formando um crânio, contendo inclusive o bico preservado, as órbitas e outras estruturas ósseas, preservado em 3D. Crânios fósseis são muito raros de se encontrar nas rochas sedimentares de idade Cretácea do Brasil, portanto esse achado foi especial” disse Nava.

O nome da espécie estudada tem em seu primeiro termo, Navaornis, uma homenagem ao paleontólogo e diretor do Museu de Paleontologia de Marília e da nação, William Nava, que contribui há 31 anos para o conhecimento da paleontologia brasileira através de seus achados. O epíteto específico hestiae já alude a Héstia, a deusa grega da arquitetura, considerada simultaneamente a mais velha e a mais jovem dos Doze Olimpianos. A espécie descoberta reflete essa dualidade, pois pertence a uma linhagem arcaica, mas sua geometria craniana é essencialmente moderna.

Com informações do Marília Notícia

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