Por que se tornar vegano ou reduzir o consumo de carne?

Por Junior Silva

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Mudar o estilo de vida ou alimentação não é algo que se faz do dia pra noite sem nenhuma razão específica.

Muitos são os motivos por trás desta transformação.

E não existe uma resposta que seja igual para todos, já que cada um tem seu contexto particular e, portanto, existirão diferentes razões.

Claro que algumas coisas em comum são encontradas.

Uma pesquisa realizada no Reino Unido com 1040 participantes pela BBC em 2020 levantou essas motivações mais comuns.

Um detalhe interessante do estudo:

As pessoas foram divididas em dois grupos, os que não consumiam carne e os que estavam pensando em reduzir o consumo dela.

Entre as pessoas que não consumiam carne, os fatores mais citados foram, nessa ordem:

Bem-estar animal;

Meio ambiente;

Saúde;

Sabor;

Preocupação com antibióticos;

Manutenção do peso.

Já entre os que comiam carne, mas pensavam em reduzir o consumo, o resultado foi o seguinte:

Saúde;

Manutenção do peso;

Meio ambiente;

Bem-estar animal;

Preocupação com antibióticos;

Sabor.

Vou falar um pouco sobre cada um destes fatores.

Bem-estar animal

Todos nós sabemos, ou deveríamos saber, que a forma como os animais são criados e abatidos não é exatamente como a indústria diz ser.

Não existe criação e abate humanitários.

Isso é algo construído pela indústria e amplamente divulgado para que os consumidores acreditem que o que estão comendo não tenha vindo do sofrimento de um outro ser vivo.

As pessoas têm despertado para esse fato.

E, sabendo disso, elas decidem não mais participar desse ciclo de crueldade e morte que são desnecessárias para a nossa sobrevivência.

Meio ambiente

Cada vez mais estamos sendo afetados pelas mudanças climáticas que há décadas foram alertadas.

E não fizemos nada efetivamente para mitigá-las.

Já se sabe que a indústria produtora de proteína animal é uma grande degradadora do meio ambiente.

Além também de alta consumidora de recursos naturais finitos, como a água.

E antes que alguém diga: “Mas veganos comem soja e se todos parassem de comer carne a produção de soja causaria o mesmo ou um maior prejuízo.”

Praticamente 4/5 da soja do mundo é utilizada para ração animal.

Não preciso dizer muito mais certo?

Com o senso de responsabilidade individual que vem surgindo nas pessoas, sobre como a forma que ela se alimenta impacta no meio ambiente, é um grande fator gerador de mudança.

Saúde

É sabido de que o consumo de carne animal, principalmente a vermelha e os chamados embutidos, está ligado diretamente a várias doenças.

Inclusive o câncer.

Os laticínios também são apontados como co-relatores ou auxiliadores de certas enfermidades.

Vide o crescimento do número de pessoas intolerantes ou alérgicas ao leite.

E a alimentação baseada em vegetais?

Muitos estudos foram feitos e mostram que se alimentar majoritariamente ou exclusivamente de vegetais trás muitos benefícios à saúde.

Prevenindo muitas doenças cardiovasculares, câncer e diabetes.

Com o desejo de aumentar a qualidade de vida, não é à toa que as pessoas têm optado por reduzir ou eliminar o consumo de alimentos de origem animal.

Sabor

Essa é uma razão bastante subjetiva e pouco usual.

Até mesmo alguns veganos dirão que gostavam e ainda gostam do sabor da carne, que não consomem pelo fato de vir de um animal.

Mas existem pessoas que simplesmente não gostam do sabor da carne ou laticínios.

E tá tudo bem, não tem nada de errado com isso.

É algo pessoal e que leva algumas pessoas a eliminarem esse tipo de alimento do dia-a-dia.

Afinal, ninguém merece ficar comendo o que não lhe dá prazer, né!?

Preocupação com antibióticos

O uso de antibióticos pela indústria produtora de animais não é segredo para ninguém.

Animais ficam doentes e precisam do medicamento.

O que não se pode afirmar é se o uso é feito de forma correta por todos os produtores.

Principalmente na questão de dosagem.

No caso da indústria de laticínios, o uso excessivo pode levar a uma concentração do medicamento no leite.

E ninguém quer beber antibiótico.

Existem testes que são feitos para realizar a verificação da concentração da substância na produção. Mas quem garante que os resultados são verdadeiros?

A fiscalização é pouco efetiva.

Como existe essa dúvida, muitas pessoas acabam eliminando totalmente o leite da alimentação.